MENINO DE RUA.
O olhar acessos daquele menino
Refletia o céu com todas as suas cores
Cores que explodem a todo instante
Faiscando para todos os lados
Ao estridente barulho dos rojões.
As pequenas mãos do menino sobre a face
Boquiaberto ele nada dizia
Sentado em um banco de lata
Do ponto mais alto de uma favela qualquer
Admirado com o festejar
Transeuntes do mundo bêbado
Espalhados em todas as avenidas.
Do alto da laje alheia e de barriga vazia,
O rosto estava pálido, a fome era intensa,
Lágrimas de quem não tem sonhos
Apenas uma dor dentro da alma
dilacerando o coração amargurado
Aquele menino de rua
Contemplou a virada de mais um ano
Um ano que passou sem muitas esperanças
E outro que chega também sem esperanças.