Padecer (Não Vês que padeço?)

Não Vês que padeço?

A cada suspiro deslumbrante

Que a alcova noturna

Me mostra.

Sabeis, é inverno.

O pouco frio cobre os dias

Junto á aqueles tortuosos pensamentos;

Minhas noites turvam

As desesperanças que se curvam

Junto ao remo que seguro

E navego no barco da desilusão,

Estou em um navio

Sem porto, sem cais,

Não há anjo, não há amigo.

Diante o vaporoso ar todos se afastaram...

Então, Não vês que padeço?

Chama-me do que quiser,

Apenas entenda que das lembranças afago.

E dos dias faço-os meus últimos

No meu suicídio privado, lento e pessoal.

Morrendo de dentro pra fora

Padecendo a cada amanhecer.

(Rafaela Duccini - 29/8/2007)

R Duccini
Enviado por R Duccini em 06/09/2007
Reeditado em 31/10/2007
Código do texto: T640963
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