NUVENS NA CIDADE.
Pesadas nuvens sobre a cidade,
Nuvens escuras e sombrias,
Apressadas elas choravam,
Choro de morte.
Lágrimas sem fim
Correndo para todos os lados,
Inundando ruas e avenidas,
Rios na selva de concreto.
A cidade dos apressados
Não se importa com isso,
Com nada aliás,
Exatamente nada.
Lá estava ele,
Olhar fixo para o céu
Sem nome
Sem destino
Sem esperança
Sem o direito de viver.
Lá estava ele,
Caminhando solitário
A beira daquela avenida alagada
Quando de repente,
Surgiu no horizonte
Um carro vermelho desgovernado.
Foi tudo muito rápido,
O andarilho sem nome estava bem ali
Quando o motorista bêbado
atropelou-o fugindo em seguida.
Estendido no chão molhado,
Ninguém veio ajudá-lo,
Sua vida foi levada,
Escorreu na água da chuva bueiro abaixo.