Alomorfia I
Reles boêmio, com a cabeça a prêmio.
Fui entregue, como um patife pela plebe.
No gélido corredor, sinto em meu peito um ardor.
Isto não deveria ser assim, queria diferente meu fim.
Disposto estou a debandar, de dentro de mim sair.
Correr em direção as planícies tranquilas.
Quem saiba lá eu edifique uma vila.
Mas meus passos vão de encontro a guilhotina.
Degolado se não fugir, será minha sina.
As minhas pernas falham, está acabado.
Triste sem esperança, fico desesperado.
Pego uma faca e rasgo meu peito.
Doi mas acho que dará um jeito.
Tenho que ter uma atitude.
Pois o mundo sempre me será rude.
Ninguém pode fazer nada por mim.
Ah! Como queria que a vida não fosse assim.
Porém o mundo é cruel, e dele sou réu.
Já que ninguém virá me defender.
Terei de que aprender contudo viver.
Lutarei até que eu venha desfalecer.
É isso que nos faz fortes.
É determinação não sorte.
Você até pode esperar um raio cair.
Porém perderá tempo aí.
Então saia e viva...
Se não encontra, faça...
Faça você a saída!