Resiliente
O ócio me é tão nocivo.
Agonizo de tão massivo.
Tremulando estagnado.
Um bardo dilacerado.
Roubaram meu coração.
Não bates no meu peito não.
Ainda sustento eu um sorriso.
Aos poucos... Se vai a poesia.
O que? Já nem sei quem sou.
Nem preto ou branco tudo é cinza.
Me esforço, mas volto a coriza.
... Ah! Roubaram-me o dom de rimar.
Que ódio.
Repudio.
Tudo.
Tornando-me.
Obtuso.
.
.
.
Talvez aja esperança.
Porém não a sinto.
Sequestraram minha criança.
A jogaram num labirinto.
Me resta agora, tão somente.
Ser paciente.
E esperar ser...
Resiliente.