Areia nos pés
Não há mais neste peito sofrido
Espaço aberto a desilusões
Vejo as vagas, efêmeras chagas
Brancas no azul em ondulações
Cheiro de mar e anil e tristeza
O vento frio, arrepio na alma
Lágrimas pingam, se aninham na areia
Espuma chega, e passa e acalma
Há maresia nos montes que avisto
Tempo escorre em fenda escura
Busco no vôo destas gaivotas
Prece em silêncio que traga a cura