Aquela Voz Amiga
Ao entardecer eu ouço sua voz
Ela paira sobre meu copo de cerveja
“Beba mais... beba mais por nós”
Mas assim não quero que ninguém me veja
Minha ironia
Minha sensibilidade
Digladiam em sintonia
Minha ferida mal cicatrizada
Meu coração machucado
Andam por aí de mãos dadas
E meu copo permanece cheio
Nunca vazio
Nunca no meio
Sempre cheio
Cheio como o bar que está lotado
Mas eu estou de fato sozinho
Mesmo com vocês ao lado
Eu me sinto sem vizinhos
E é de tarde, sua voz veio novamente
Ela entoa minha triste canção
“Beba mais, beba descontroladamente”
E eis que eu o faço, pois não sei dizer não...
(Guilherme Henrique)