O FILHO DA DOR
Nasci no auge da dor!
Ao som do ranger de dentes
é que surgi para o mundo!
Carrego em minha espinha dorsal
o fluido do sofrimento!
Que navegando pelas artérias
se espalha por todo
O meu corpo!
Sofro o martírio eterno
de quem vive a melancólica
afirmativa de que
nunca verá a famigerada
luz no fim do túnel!
A vida me castiga
com seu azedume
dia após dia!
Incessantemente sou chicoteado
por decepções, desenganos e aflições!
Resido no caldeirão do desgosto
onde nem a mais desenludida
das almas
Já pensou em morar.