Hoje, o silêncio
Mil vezes fui despretensão
Dez mil vezes fui só riso
Cem mil vezes sem perdão
Fui abraços escassos
E os prémios do aconchego
Mediante retratos calados
Me descrevi nas vestes de outro
Durante trezentos e sessenta e cinco dias
Multiplicados por quinhentas noites em claro
A pensar no lixo
Como maluco que sou
Hoje
Sem rodeios
Já me basta o silêncio
E a mentira de estar bem
Que às vezes vale a pena.