Cicatrizes
O sono chega e traz o medo do pesadelo
Sonho ruim que arrepia a alma e o cabelo
Que faz acordar no meio da noite escura
Era a cor da Lua no céu sem estrelas, jura
Que não é bem assim, como olhos veem
Não há tempo tragando fé dos que creem
E a indiferença não mata a planta delicada
E o chão abriga a semente que foi jogada
E o amor é o mais puro sentimento e vive
Por entre os espinhos da vida, e que alivie
Cada dor amanhecida, cada escuro olhar
E deixe o sereno cair leve e a terra molhar
Eis a água limpando a poeira dos sapatos
E mesmo virando a face, viu aqueles ratos
Ruindo a corda do abandono, e as noites
Eram cheias; cicatrizes depois dos cortes.