ALMA EM TREVAS

Amargurad’alma a que n’estação invernal se arrasta

A curvar-se num tenebroso e torturante abismo

Das luminosas vozes d'outrora a que não mais se ouvem

Ou das que s’escutam somente a levá-la sepulcro abaixo

Quanta treva!

Quanta dor!

A qu’ela se agoniza n’angústia que a invade

E destarte a rouba... toda sua vida

A conduzi-la para o além morte... que dela tanto ri

“Nunca mais hei de ver a luz

A que dentro de mim só me resta a penumbra

Ou diria, a mais densa escuridão

A que antes, então jamais provara”

Nefasta sensação!

Maldita tentação!

E finalmente o gatilho dispara

Da visão que nest’instante se apaga

Do uivar d’alma qu’agora se cala

Silêncio... total!

O desespero!

Com certeza

Eis a pior forma de ateísmo

Estevan Hovadick
Enviado por Estevan Hovadick em 05/07/2018
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