ALMA EM TREVAS
Amargurad’alma a que n’estação invernal se arrasta
A curvar-se num tenebroso e torturante abismo
Das luminosas vozes d'outrora a que não mais se ouvem
Ou das que s’escutam somente a levá-la sepulcro abaixo
Quanta treva!
Quanta dor!
A qu’ela se agoniza n’angústia que a invade
E destarte a rouba... toda sua vida
A conduzi-la para o além morte... que dela tanto ri
“Nunca mais hei de ver a luz
A que dentro de mim só me resta a penumbra
Ou diria, a mais densa escuridão
A que antes, então jamais provara”
Nefasta sensação!
Maldita tentação!
E finalmente o gatilho dispara
Da visão que nest’instante se apaga
Do uivar d’alma qu’agora se cala
Silêncio... total!
O desespero!
Com certeza
Eis a pior forma de ateísmo