Águas Profundas
Nas águas profudas deste oceano
Busco findar alguma compreensão
Que não encontrei no viver mundano
Nem nos conhaques de alcatrão
Pelas ondas turvas fui engolido
Acordei enfebrado de reflexão
Vaguei na noite despretendido
No mundo azul da imaginação
Aos olhos de Cristo sua ultima tentação
Uma bela dama pra ser domada
Salões dançantes prometem paixão
Que não aquecem sua alma gelada
E vai se dissipando sem solenidade
Ou vestes fúnebres do cotidiano mortal
Rogando sentenças contra própria vontade
Das lembranças doídas do mundo carnal
Fugindo do falso temporal
O inverno aqui dentro sempre me espera
Olho pra fora e me sinto mal
Esperando os ventos da primavera