Mula

Quero mais do que existir

Mais do que estar entre os homens

Conspurcar a aflição

Com vibrações positivas

Respirar é uma constante

Inconstante no processo

A vida gasta é incerteza

Seu final desconhecido

Não me quero prender

Limitar-me a ver a luz

Sem poder abraçá-la

Do modo que me predispus

A aceitar que os espinhos

Fazem parte do caminho

Que traçamos com as réguas

Da ambição do destino

Eu quero mais do que eu mesmo

Ser o eu que não se abala

Por coisas minúsculas e leves

Quando alguém mal come

Eu peço socorro humildemente

Com a solenidade das palavras

Sem subsídio de mentiras

Hoje sou mais o que escrevo

E o grito calado

A expressão de quem nada sente

Estão no fundo a mendigar

Analgésicos para a mente

Quero acreditar

Quero afirmar que nem tudo é facada

Olhar para além do que está claro

Reconstruir o guerreiro

Teimoso como sou

Já me deveria ter morto

Luto contra a depressão

Porém não há nisso algum desporto.

Widralino
Enviado por Widralino em 29/06/2018
Código do texto: T6376810
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