NA ULTIMA LUZ DO DIA

Ante a beleza crepuscular,
Há o meu irrequieto olhar.

Uma vontade de me perder,
Na ultima luz do entardecer.

Esquecer dos limites de ser humano,
Das dores, desamores, dos danos.

Pertencer à sidérea paisagem,
Ter da brisa, a irresponsável coragem.

Evolar... atravessar os mares,
Libertar os eus seculares.

Fazer com a loucura uma aliança,
Merecer a transmutada mudança.

Vontade passageira, alma sem viço,
Falta esperança para isso.

Retomo os meus passos lentos,
O rotineiro comportamento.

...Não passo de um poema roto,
Lúcido demais para transpor o porto.
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HLuna
QUEM DERA

Esquecer eu bem quisera, quem me dera,
mas, a mim, me parece impossível,
tenho ganas, às vezes, de uma fera,
atacando um inimigo invisível. 

É loucura, bem o sei, de que adianta?
É um sonho, pesadelo... quem me diz?
Oração tem poder, e tudo espanta. 

Junto aos mãos, me acolho em seu regaço
e... milagre, vai-se embora meu cansaço. 

Na verdade, o que me importa é ser feliz.