O FRIO DO CORAÇÃO
Dias tristes entram pelas frestas da janela
Você não se cansa de enxugar as lágrimas
O espelho não lembra nada dos bons tempos
E as coisas, tão brutas, estão trancadas em si
Não neva sobre a casa em solos tropicais
Mas o frio no coração é cortante e insano
Parece que a pedra Invejada está dentro
Do corpo que vagou em busca de abraço
As bebidas sujas de bares em descartáveis
Não fizeram efeito na alma de pele fumegante
A noite é apenas o outro lado da moeda
Não adianta tentar se adaptar às trevas
Sonhos e pesadelos se misturam sem cessar
Dentro da mente que já não organiza a rotina
Pouco a pouco os amigos negarão seus rostos
E a solidão virá morar dentro dos olhos
Parece simples pegar tudo isso e guardar
Com as dores dentro do baú de volume infinito
Mas só quem tem o infortúnio como oxigênio
Sabe que lágrimas não se enxugam com lenços