VÍTIMA DE ESTUPRO

Agarrada com força,

Luta, reluta,

Tenta

Exausta libertar-se.

Sem ao menos saber,

O escuro trouxe-lhe

Resquícios, traumas e desalentos.

As feridas não hão de sarar,

Levará pela vida

Enquanto puder,

Ou se viva estiver.

Selvageria que dilapida,

Os sonhos de menina.

Roubando-lhe a inocência

Sem a menor displicência.

Agora prostrada,

Apática, percebe

Que desnuda está

E cobre-se a chorar.

Então subitamente,

Aquele indolente

Para seu mal aplacar

Resolve tirar-lhe a vida

E de repente:

Morta ela está.