Dor de cabeça

É a chuva chorando e o pensar latejando

Poesia e café esfriando em cima da mesa

Ilusão vindo, sentando, se empanturrando

Que vem, sem ser convidada e a tudo lesa

Leva embora o sorriso e a poesia inspirada

Livra o ser dos momentos lindos, e é findo

Finito o brilho dos olhos, tatuagem forçada

Emoldurada parece bonita, mas vai sumindo

Entrincheirada mente, de repente, se perde

Me prende, e o calabouço é frio, é farto, fato

Que molda em indiferença elegante; é verde

Cor da esperança é a folha caindo no asfalto.