Carta de despedida
Por ser tão tristeza, minha boca amarga
Ou será pelas tantas doses que bebi?
Por ser tão tristeza é que me apego a essa saudade
Pra que a tristeza que me abate
Sinta a dor da falta de ti
E que essa dor me acompanhe pela eternidade
Pra que a inspiração me abrace
E que a morte me idolatre
Por ser tão tristeza
Por ser tão tristeza eu não consigo nem dormir
E cada vez que penso em ti
A solidão se aprochega
E, sombria, me afaga
E me apega, e me embriaga
E toma posse da minha vida
Sem nem permissão pedir
Por ser tão tristeza eu não entendo a ironia
Nas palavras de quem ama
Nem a mudez como resposta
Que torna sem importância
Quem pergunta encarecido
De uma solução instantânea
Por ser tão tristeza
Por ser tão tristeza eu me despeço dessa vida
Sem entender qual a medida
Sem saber qual reação seria a mais cabida
A mais apropriada
Já que a sanidade não me encherga
E essa doença que me chaga
Jamais será compreendida
Por ser tão tristeza