Numa manhã fria e seca de maio
Na manhã fria e seca de maio
guardei em mim a certeza
do vazio que abraço.
Em angústia seca
Meu peito chora
Lágrimas de oxigênio
Sufocadas adentro
Joguei meu braço pro lado vazio da cama
E abracei a tristeza a ponto de sufocá-la
Não queria perdê-la
Nem prendê-la
Apenas tê-la
Para ter algo em meus (a)braços
Não sei o que busco
onde vou também não sei
Só sei que digo agora
com palavras pobres
e boca cheia
- como pessoa mal educada -
Que o medo já não faz morada
Nem mesmo me fazendo cara feia
É manhã fria e seca de maio
E olhando no horizonte fosco o sol que nasce reconheço
Sem frustração no peito
Que a tristeza é a única coisa que abraço,
Só pra dizer que alguma coisa eu tive, tenho e amanhã terei
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Essa poesia nasceu a partir de uma fala de uma pessoa no meio de uma conversa num dia ocioso, em que ela disse o seguinte: "eu abracei a tristeza para poder falar que pelo menos abracei alguma coisa" a gente riu... Mas achei super poético e, pimba, virou poesia.