DUELO
A dor lhe fere e você desanda,
A dor lhe deixa falhas e você oblíqua, perece.
A dor lhe maltrata
E sob pressão a ruptura lhe fratura,
Lhe corta,
Lhe machuca,
Sangra,
E nada resta.
Perde o juízo e não abre a porta.
Se desespera dentro do abandono de tudo o que lhe falta,
E na via movimentada calcula a velocidade que mata.
Como todos os covardes,
Corre ao precipício da morte.
Pensa em macular o túmulo e deixá-lo caiado.
Pensa em saquear a vida como fuga,
E dentro do abismo, aos poucos, morre.
Seu sorriso se mescla da dor,
Se mescla da morte.
E abandona a vida
No momento em que Eros e Hades travam o duelo,
E o juiz atingido pela "flecha envenenada",
Dá a vitória ao Amor que lhe arde.