SEM P

Aguardo a morte já sem medo,sem culpa

sem lágimas brilhantes

Apenas com a vida cansada e insistente

que mora em mim

Entegue sem luta e sem esperança

com uma camisa desbotada

conformado sem olhar para o relógio

Nunca pude dizer

que nasci outra vez

Nasci apenas uma vez mal nascida

A morte vem desanimada

sem graça levar alguém assim

quase me deixa para trás

Mas ela tem que fazer o seu papel

e não tem culpa

se eu não fiz o meu

Sentado,sem último pedido

sem beijo de despedida na vida

a qual eu mal abraçei

enquanto a tinha

Espero alguns dias

sentir as folhas do outono

cairem lentamente em minha lápide

sem superstição ou religião

como devia ser, foi.

pedro carmo
Enviado por pedro carmo em 25/10/2005
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