Máscaras de um fantoche
Pra quem desistia no primeiro impasse
Há meses que não permitir que me atrapalhasse
Essa rotina de querer tudo largar
Quando não agradasse o meu paladar
Hoje estou quebrado
Cheio de remendos e retalho
Mil e um pedaços
Enchendo e espalhados num saco
Eu disse que esse é meu pior momento
Não tenho como negar
Que vivo tão morto quanto respiro.
Não irei responder.
Me perdi no sobrado da minha história
Vi o tempo passar e perdi a hora
Continuo a procura-la junto da razão
Que uma vez esqueci deixando de ser são
Para a vertente que sigo, ando só
E para ilusão do qual me alimento,
Ando bem
Só que só.
Agora não tão só, ando devagar
Para acompanhar quem vem correndo
E esperando o momento certo
Para lhe dar a mão.
Não dói e nem dois
Nem três e nem sei
No meu quatro, o quarto está vazio
De seis, cinco e de nós.
Meus defeitos escondo-os no armário
Para assustar a criança que habita em mim
Para despertar o herói que reside aqui
Para mostrar o adulto tão racional
Que minhas múltiplas máscaras
São de um fantoche passado
E que agora está tudo errado
Certo de que é assim
E fim.