Por quem derrama suas lágrimas?
Era ainda uma criança
Olhos meigos e tristes ao mesmo tempo
Cheia de sonhos e fantasias
De um mundo que se apresentava diante de si.
Sentia o vazio de uma vida solitária
Desde que fora abandonada
Caminhava longas horas pelas ruas
Na esperança de encontrar uma boa alma.
O olhar daquele jovem a salvou
Aquecendo seu corpo frio após uma noite gelada
Demonstrou a ela mais do que compaixão
Ao entregar-lhe o seu amor.
As noites frias foram substituidas
Pelo corpo quente e feliz daquele jovem
E, seus sonhos foram renovados,
Com a alegria de ser amada por alguém.
Os tempos de alegrias revelaram uma outra solidão
O desejo de sentir outro corpo
Mesmo sabendo que não tinha esse direito
Na penumbra da noite ela arriscou.
Entregou seu corpo e alma ao amante
Vivendo uma vida de pura emoção
Mas, como nada na vida fica oculto
Suas aventuras foram descobertas.
Com os olhos cheios de lágrimas
E o coração apertado de arrependimento
Ela sente o frio das ruas outra vez
E o abandono de quem a amou loucamente.
Por quem derrama suas lágrimas?
É a pergunta que se faz.
Pois, alcançou a felicidade em um amanhecer
E, na noite da aventura, jogou sua vida fora.
Poema: Odair José, o Poeta Cacerense