A LÁGRIMA É INIMIGA DO SONHO

A LÁGRIMA É INIMIGA DO SONHO

Marília L. Paixão

Hoje não trago rimas

Não há fita para enfeitar nenhum poema

Há uma tristeza difícil de esconder atrás da porta

Ela me acompanha

Ela não me solta

Ela diz que não vai porque se for, não volta.

Hoje não fechei os olhos antes daquela lágrima tonta cair

Quis mandá-la para o outro lado do mundo

Mas a maldita sem dar-me um pingo de confiança pulou pra fora

Olhei em volta

Graças a Deus não havia nenhum expectador

Levei a desumana lágrima para o banheiro com urgência

Pedi a Deus uma resistência

Depois de me livrar de uma, vieram outras

Olhei para elas e não sabia se as xingava ou ao mal verdadeiro

Não podia maltratar mais ainda meus olhos vermelhos

Ordenei que meus lábios sorrissem em total desespero

Teria que matar aquelas lágrimas pelo meio

Antes que alguém me descobrisse tão sem sonhos

Melhor seria transformar a lágrima em travesseiro.

Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 31/08/2007
Reeditado em 20/11/2023
Código do texto: T632517
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