Comi seu coração
Com uma dentada voraz
Com minha fome de afetos
Comi seu coração
Com os olhos lânguidos
Com a boca sedenta
Com as mãos habilidosas
Que torneiam o mundo
Que contornam abismos
Que gesticulam silêncios
Comi seu coração
sangrando de dor
de carências radioativas
De dores contagiosas
Dei-lhe a cura.
Ou a ilusão da cura.
Por digeri-lo
com misericórdia,
com parcimônia
Com o tempero do tempo
Com o adstringente da maturidade
Depois...
Bem depois
quando as ilusões acabaram
Devolvi seu coração
totalmente digerido
Repleto de cicatrizes
evolutivas...
Sua emoção inteligente
se abriga agora
numa alma
quase consciente.
Comi seu coração.
E lhe devolvi
a capacidade de amar.
Com uma dentada voraz
Com minha fome de afetos
Comi seu coração
Com os olhos lânguidos
Com a boca sedenta
Com as mãos habilidosas
Que torneiam o mundo
Que contornam abismos
Que gesticulam silêncios
Comi seu coração
sangrando de dor
de carências radioativas
De dores contagiosas
Dei-lhe a cura.
Ou a ilusão da cura.
Por digeri-lo
com misericórdia,
com parcimônia
Com o tempero do tempo
Com o adstringente da maturidade
Depois...
Bem depois
quando as ilusões acabaram
Devolvi seu coração
totalmente digerido
Repleto de cicatrizes
evolutivas...
Sua emoção inteligente
se abriga agora
numa alma
quase consciente.
Comi seu coração.
E lhe devolvi
a capacidade de amar.