Sem sorte.
Tal qual o pardal
Que caiu de seu ninho
Tombei, sem saber ainda voar
Vivia entre as folhas
Tremi nas manhãs frias
Em névoas me escondia
Tentei sobreviver
E fui ferida
Vaguei incerta
Ainda tentando voar
Mesmo sem saber
Se sou pássaro,
Cobra ou rã
Vivo o dia
Pois não me resta amanhã
Menino, suma!
Não tenho Muiraquitã!
A sorte me foi lançada ao contrário
Quando nasci o vento soprou forte
A canção que canta a morte
E a paineira sombreou meu caminho
O enchendo de espinhos
Entre as tenras e inocentes
Plumas de algodão...