ATÉ QUE A MORTE NOS SEPARE

Quando a morte ronda um ser que você aprendeu a amar,

quando sombra da morte espreita e espera o momento de atacar,

quando todas as tentativas de salvar uma vida se torna em vão,

quando não existe mais nada a se fazer,

quando o último sopro de vida pulsar em seu peito,

não adianta olhar para trás e lamentar por uma vida partida.

Ele só queria brincar, só queria pular pelos muros dos quintais,

só queria atravessar os cercados velozmente,

só queria estar junto de seus semelhantes sem se sentir o patinho feio,

ele só queria que alguém cuidasse dele...

Perdoe-me se decidi te ajudar tarde demais,

perdoe-me todas as vezes que agi com indiferença,

por todas as vezes que eu podia fazer e não fiz...

Acompanhar teus últimos dias de agonia foi muito doloroso,

ver todo o seu sofrimento e se sentir impotente foi de partir o coração,

mas jamais se apagará da memória o teu momento final,

a tua luta para continuar vivo, a vida se esvaziando do teu corpo,

em vão se debatendo até que a morte te tomasse por inteiro,

até que o último sopro de vida cessasse de ti...

Adeus, meu amigo felino.

Marcelo de Lima Cruz
Enviado por Marcelo de Lima Cruz em 09/04/2018
Código do texto: T6304269
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