Tons de escuridão
Tenho andado assim
tão só,
Por noites inteiras,
madrugadas perdidas,
E o sono não vem.
No silêncio da casa
vazia de encantos
meus sonhos misturam-se
à realidade,
à nostalgia, à insanidade.
Debaixo da cama
Todos os meus horrores
se tremem de medo
do amanhecer,
Porque é bem ali,
quando o sol aparece,
Que a dor emudece,
E de novo acontece,
um coração que acorda e
de novo,
Vai viver,
até a esquina das seis,
onde o tédio outra vez
lhe aborda e lhe seduz,
com dedos hábeis
lhe conduz a um orgasmo
no frio solitário
da ausência de luz.