ÓTIMA

Eu estou ótima

O corpo prostrado na cama, fuma uma erva e

engole devagar uma cerveja barata.

A alma, apenas sentada na beira do abismo.

Reflete profundamente se deve pular ou esperar que ele termine de desabar.

Roi-se aos poucos, rangem-se os dentes

Agonia o peito.

Se é coragem eu não sei

Eu sou vestido vermelho no meio da noite

Wisk sem gelo e mesa de bilhar

Eu nem sei jogar

Mas acabei apostando alto, em jogo de bárbaros

É perder ou ganhar

Mas a vida nem sempre é agora

E as vezes sabedoria também é

Conseguir esperar

O tempo é moeda de troca,

não quer saber das suas fichas nem de historia pra contar

É traiçoeiro...Esperto e ligeiro

Por isso convém também observar.

E eu me vejo sem cartas nas mangas

Foi-se o ouro, a parceira e a janta

Deixei tudo na mesa do jogo, e agora so posso aguardar.

Decidi caminhar pela beira e agora tenho a certeza

De que não há de perdurar.

Cedo ou tarde, isso vai desabar...escorrer pelos meus dedos

Mesmos dedos que agarram-se a um fio de esperança

Faço uma prece rogo a má sorte que abençoe o Destino

Que se eu pular vão me abrir as asas

Que vao perdoar esse meu desatino

E o meu erro não tenha sido assim tão fatal

Que se ele errar a última descem duas,

Eu recupere o amor que apostei

E leve em dobro no final.

Daiane Alves
Enviado por Daiane Alves em 04/04/2018
Reeditado em 05/04/2018
Código do texto: T6299999
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