RUINA E FOLHAS
Eu sempre me imagino caindo do mundo,
E flutuando sobre suas cabeças,
Sem asas ou combustível, apenas me sentir flutuante,
Como uma leve pena a pairar ou uma pétala que voou com o balançar suave dos ventos,
Mas por agora meus pés ainda estão no chão,
Cansados e aflitos, longe de jornadas ou peregrinação,
Já em outras vezes me imagino caindo em uma cova profunda e larga,
Sendo rasgado pela vida,
No subsolo do planeta, ouvindo o silêncio eterno,
Mas eu queria poder enxergar borboletas, arvores e atmosfera,
Sinto que raízes estão nascendo de mim,
E no lugar de minha alma eu terei apenas folhas,
Viverei cercado de feras, relvas, riachos e restos.