(Des)amor a ti
Desculpe
Sou ignorante
Distraído demais
Para ler o bem que me fazes
Nos reclames da vida
És completa
Mesmo quando te falta o cheiro
O aroma das alegrias
Sensações do momento
Luzes no olhar
Pazes, emoção
Confiante entendimento
Forte determinação
Preenchimento no vazio
Sou ingratidão
Vivo de reclamações
Tuas bênçãos me escapam
Cago-me de frustrações
Borro as calças de infelicidade
Quanta má disposição!
Já não conheço o desejo
Hoje é diferente
Sou grato por tudo
Não fosses tu para amar
O que vale a existência?
A tua rocha me segura
Sustém as aflições
Reduz meus pesadelos
Quando o dia não tem cor
Eu alucino, tu me acalmas
E eu mal reconheço
Em teus braços descanso
O cansaço e a dor
Sou ingrato, comida
Cada vez mais distante
Mais atento a uma vida
Tão sem graça e frágil
Já não te toco às noites
De manhã eu te fujo
E quando eu mais preciso
Não te tenho, te compro.