(Des)amor a ti

Desculpe

Sou ignorante

Distraído demais

Para ler o bem que me fazes

Nos reclames da vida

És completa

Mesmo quando te falta o cheiro

O aroma das alegrias

Sensações do momento

Luzes no olhar

Pazes, emoção

Confiante entendimento

Forte determinação

Preenchimento no vazio

Sou ingratidão

Vivo de reclamações

Tuas bênçãos me escapam

Cago-me de frustrações

Borro as calças de infelicidade

Quanta má disposição!

Já não conheço o desejo

Hoje é diferente

Sou grato por tudo

Não fosses tu para amar

O que vale a existência?

A tua rocha me segura

Sustém as aflições

Reduz meus pesadelos

Quando o dia não tem cor

Eu alucino, tu me acalmas

E eu mal reconheço

Em teus braços descanso

O cansaço e a dor

Sou ingrato, comida

Cada vez mais distante

Mais atento a uma vida

Tão sem graça e frágil

Já não te toco às noites

De manhã eu te fujo

E quando eu mais preciso

Não te tenho, te compro.

Widralino
Enviado por Widralino em 25/03/2018
Código do texto: T6289946
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