CADÊ AS RIMAS?

A minha mente chacoalha,

todo meu cérebro malha,

fica tão dificíl rimar...

Mesmo embaixo do arvoredo

a rima,tem seu segredo,

até em noites de luar...

Olhando o vôo de uma gralha,

que no céu,alegria espalha,

não me vem a inspiração...

Nem mesmo o voar da abelha,

nem do padre que ajoelha

para dar uma benção...

Palavras,que na mente esbanja,

como as flores de laranja,

como as borboletas a voar...

Por horas,as vezes insisto,

só por teimosia não desisto,

tentando,palavras encaixar...

O pousar sereno de uma mariposa,

o andar silencioso de uma raposa,

coisas bonitas de contemplar...

Mas minha mente não desembucha,

nem sobre a mira da garrucha,

nem sobre o ataque do jaguar...

Queria que me dessem a escolha,

de abrir com um sacarrrolha,

um dicionário popular...

Sentir a mente que metralha,

e cortar tudo com uma navalha

para as palavras procurar...

Mas as vezes,nada me inspira,

nem os acordes de uma lira,

nem o amanhecer de um novo dia...

O meu pensamento fica em baixa,

tudo que penso não encaixa,

e fica sem rimas,minha poesia...

GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 29/08/2007
Reeditado em 14/03/2010
Código do texto: T628988
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