Boa noite boa sorte

Eu que me perdi

nas águas tristes e turvas

do oceano de erros

que se desenterram neste desterro,

engulo choros não rompidos.

Sigo cego...

Eu que já perdi noções e nações,

sem medo de saber que definho

na velocidade de um beijo inocente.

Eu que perdi a inocência

por colher maçãs

em cimitérios astrais,

desencanto a todos

com meus discursos mudos...

Eu que há muito venho ouvindo histórias reais

de passados ricos em inspirações melancólicas,

(uma tristeza tão viva...)

explodo os ouvidos

e aprisiono o espírito nessas grades

de tanta gente que me habita e me ama e me mata,

que me toca e me deixa.

Essa gente por quem morro.

Eu que sou herói alheio

e vilão de mim mesmo,

que faço da vida

o que não se ousaria mencionar nem em morte,

que destruo o que toco,

que toco o que me é proibido,

não faço mais cerimônias.

E não é difícil ver que

cego, sigo...

Do mundo canso,

nessa fadiga da alma,

esperando a partida

no primeiro trem da morte.

Boa noite.

Boa sorte.

Dil Erick
Enviado por Dil Erick em 29/08/2007
Reeditado em 30/08/2007
Código do texto: T628841