Na Boa
Sinto-me bem
Não tenho razões para fingir
Estou satisfeito
Não devo nada a ninguém
Não minto
Ganhei a sociedade
Conquistei o mundo
Sou normal e orientado
Mais do que na idade
De construir vida própria
De suportar problemas
Ter comigo a liberdade
De me desfazer das algemas
Do Sistema sem sistema
Contar a minha história
Andarei de mãos dadas
Com a alegria, erecto
Não conheço vento forte
O suficiente
Para levar-me aos arrastões
Em direcção à agonia
Viverei cantando
Vorazmente
Sem ter em mente nenhum perigo
Sou livre de falar
O que penso, dizer
Exprimir
O que sinto
Sem ser castigado
Todos têm voz
Utopia...
Porque nada disso é verdade
A verdade é que
Tudo isso não passa
De um desejo da vontade
Sonhos acordados
Procurei pela bondade
Acabei perdido
A vida tem regras
Negras, demais
Gente mutila-se a si mesma
Esperançando o impossível
E a minha visão é pessimista
Dizem eles
Sinto-me bem
Claro
Sempre me sentirei
Mas toda vez que o disser
Sim, mentirei!