Talvez

Sinto um vazio no peito

E não sei como preenchê-lo

A dor não é física, a sinto de outro jeito

Como se eu estivesse perdendo segundos de vida

Escolhas inúteis, aceitar várias mentiras

Talvez eu não devesse ter dormido tanto de dia

Ou, eu deveria ter acordado na madrugada fria

Talvez, eu gosto dessa palavra

Tão incerta, mas que,

Muitas vezes me salvou, com indiretas.

Solidão, desta não sou fã

Me deparo com ela sempre pela manhã

Sem humor, sem amor, somente dor

Às vezes entra em minha mente,

Para discutir meu valor

Se eu tiver algum.

A caneta acabará escorregando,

E nas paredes acabarei escrevendo feito um louco

Logo eu terei como melhor amigo, um corvo.

Em tempos difíceis devemos nos segurar

Em nosso espírito confiar

Mas, acho que perdi o meu brilho

Acho que irei afundar no mar do esquecimento

Esquecido até mesmo pelo tempo

E ainda não estou pronto, mas sei que sou um candidato

Sei que me tornarei um marinheiro de primeira viajem

Algum dia encontrarão minha alma boiando sobre a margem.

Minha perspectiva está tão limitada

Minha vista está iludida, desestabilizada

Por conta de opiniões, minha vida foi alterada,

Para o pior, não consigo dormir, vivo a madrugada

Como uma coruja, mas sem procurar uma presa

Minha mente se sente presa, em um calabouço sem algemas.

Um dia desejei escapar, me salvar

Hoje aceitei este meu novo lar

Em um lugar onde não ouço a campainha tocar

Um lugar onde ninguém venha a me visitar

Hoje me falta no que acreditar

Não tenho, e nunca tive,

A certeza de que essa depressão irá passar

Tento, como passatempo, me agarrar em coisas bobas

Às vezes sinto falta de certas pessoas

Mas, afinal quem não sente?

Talvez seja verdade, talvez eu seja muito carente.

Vi o sol nascer tantas vezes que me acostumei

Meus olhos se fecham às seis,

E acordam às três, preguiçoso? Talvez.

Minha coluna me pede para descansar

Meus ombros começaram a pesar

E, bem lá no fundo, se eu parar,

Conseguirei escutar meu coração chorar.