Ausência que toma
Há momentos que preciso gritar.
Colocar para fora todo o meu sentir
É como um desespero negro
A preencher a minha alma
Uma mão invisível a calar a minha boca
E apertar o meu peito
Um buraco tão grande
Que envolve me por completo.
Sinto necessidade de algo que nem posso definir
Quero correr disso tudo
Senti a velha e calma sanidade
Ou me acalmar com as lágrimas
Lágrimas quentes a escorrer por minha alma
Transbordando em minha face
Mas hoje nem elas acalmam a minha ausência.
Meu vazio existencial
Vazio que me faz sentir
Como se nem viva estivesse
Como se nem aqui
Lágrimas que não conseguem definir meu sentir
Lágrimas que não respondem a minha dúvida
A vida se tornou tão ausente
Mil tormentos são melhores que esse silêncio.
Esse vazio que invade
Que toma para si
E esquece que aqui há alguém
Que precisa... Precisa sentir.
Precisa ser...
As vezes pergunto me se a morte
Ela levaria embora essa ausência.
Ausência que corta
Ilude e mata meu Ser.
Ausência que detona tudo em sua volta.
Quero correr e pedir socorro
A qualquer um que passar por perto
Que seja capaz de me ler
Compreender me através de minhas falhas palavras
Por meio de toda a minha loucura
Meu ser clama por esse momento.
Quero qualquer antídoto mágico
Mas capaz de levar embora essa ausência.
Entregar me sentimentos que não são meus
Mas que momentaneamente preencherão a ausência
Preencherão a loucura de minha mente
E me farão crer que mesmo por instante
Posso ser.
Ser apenas eu.
Porque hoje.. .
Não posso se completa sozinha.
Não posso se completa calando me
E perdendo me a cada dia que passa em minha loucura