Fumaça 2
Furúnculos sentimentais
Engrossam-se no meu esqueleto
Choro ferimentos
No casulo do tédio
Bebo lágrimas
As mesmas que deixo cair
Para engolir as mágoas
Eu vi-te, luto
Como choves e escorres adentro
Mas és seco
A embriaguez em plena inocência
De "makongos" irresolvidos
Deixou-me nos becos da responsabilidade
Onde me prendo e me liberto
Com o que mais acho certo
Para contornar esta viagem
Que à loucura me quer levar
Queimo as ervas sem prudência
Incendeio o matagal
O sabor a sugar as chamas
É o poema que recito
É o carma das canções
Que componho em seriedade
O ode das paixões
O rasgão da bondade
Desapareço
A meio da produção de luz
Preta, quando o fogo já não é fogo
Nas esquinas mais cómodas
Desenho imagens no ar
Da calma a se propagar.