Fumaça 2

Furúnculos sentimentais

Engrossam-se no meu esqueleto

Choro ferimentos

No casulo do tédio

Bebo lágrimas

As mesmas que deixo cair

Para engolir as mágoas

Eu vi-te, luto

Como choves e escorres adentro

Mas és seco

A embriaguez em plena inocência

De "makongos" irresolvidos

Deixou-me nos becos da responsabilidade

Onde me prendo e me liberto

Com o que mais acho certo

Para contornar esta viagem

Que à loucura me quer levar

Queimo as ervas sem prudência

Incendeio o matagal

O sabor a sugar as chamas

É o poema que recito

É o carma das canções

Que componho em seriedade

O ode das paixões

O rasgão da bondade

Desapareço

A meio da produção de luz

Preta, quando o fogo já não é fogo

Nas esquinas mais cómodas

Desenho imagens no ar

Da calma a se propagar.

Widralino
Enviado por Widralino em 27/02/2018
Código do texto: T6265441
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