Fumaça
Me apago
No cimo da abstracção
Deixo cair os motores
Que me impedem evaporação
Feito ligeiro alpinista
Escalo em mim escorregadio
Não existo
Extingo-me com a beata
Requero um novo retrato
Deletando a imagem eu
Caio sobre rochas pequenas
A tentar montar o apogeu
Fiquei ar, mas mato
Aparência e ilusão
Tal quentura dos candeeiros
Constrói fumaça e a absorvo
Para se fazer tocha, explorados
Palitos morrem no trabalho
Vazo
Em direcção à perdição
Seguindo pegadas de falcões
Estampadas nas nuvens
Agora sim, sinto-me bem
Longe da identidade
Não sei para onde vou
Sigo os passarinhos
Acho mais graça em tudo
Sinto ter coragem
Agora o suficiente
Para conversar com os problemas
Canto piadas
Conto o vapor
Não sei o que faço
Mas a fumaça não me impede de olhar para frente
Guia-me passo a passo.