LÁGRIMAS DE SAUDADE
Um hospital.
Uma cidade qualquer de interior.
Ele cuidara da pessoa amada,
Por dez dias ele permaneceu ao lado dela.
Na noite anterior ao ocorrido,
Ele dobrou seus joelhos,
E, antes de se deitar, orou.
Clamou ao seu Deus.
Amanhece.
Ele planejava ir vê-la mais tarde.
Durante o início da manhã
Correu para fazer suas obrigações.
Ele não esperava.
Recebeu ligações que diziam:
“Você vai fiar bem.”
“Não está sozinho.”
Coisas do tipo.
Ele entra em pânico,
Seu sentido estava ligado ao hospital.
Várias questões inundam sua mente,
O medo invade seu coração.
Só consegue se lembrar dela.
Mais uma ligação,
“Sinto muito”, a notícia.
Ele sente as forças sumirem,
Lágrimas surgem dos olhos avermelhados
Rolam pelas maçãs do rosto,
Semelhante cascatas, incontroláveis,
Molham o chão.
Sentia-se sozinho.
O tempo paro.
Por um instante, sentiu um toque,
Transformado em abraço,
Daquele que conforta.
Ninguém estava ali,
Somente ele e o consolador.
Um carro chaga para busca-lo,
Seguiu para a despedida.
O coração esmiuçara.
Nada mais podia ser feito.
Incontáveis soluços pelo caminho.
Ele chega, se vê rodeado de gente,
Familiares e amigos o apoiavam.
Seguiu em frente, ainda não acreditara.
Não queria estar ali.
Ambiente triste de velório
Abalava o sentimento do mais forte.
Ele seguia pelo pesadelo acordado.
Lembrava da última vez.
“Se soubesse que seria a última vez,
Teria a abraçado com mais força,
Beijado mais vezes,
Se soubesse, teria ficado junto,
Sentiria seu cheiro,
Analisado cada detalhe de sua face.”
Só para não correr o risco de esquecer.
Esquecer, impossível.
Ele, como uma criança de colo,
Necessitava do seios de sua mãe,
Sentir seguro e fugir do medo.
Ele sabia,
Nunca mais teria esse conforto.
Ela era a mãe dele.