POPURI
Eu tava ali e ela também estava ali, tava parada e olhando para mim...
Essa e mais mil letras passando pela cabeça, eu me concentrava em tudo, menos nas palavras dela
Menos nas lágrimas dela
Menos na perda dela
Na minha perda
Na perda de vida
E eu pensava no tempo e em justiça
Em como deveria deixa-la ir
Era o certo, era o sensato
E quem diz que há razões nas coisas feitas pelo coração
E quem irá dizer, que não existe razões?
Nunca houve, razões para ficar, nem para deixar ir... A saída sempre foi mesmo fazer valer a pena
E como valeu, cada segundo
Eu censurava a cafonice em minha mente, mas já conjugava os verbos no passado
Os olhos já pesavam uma tonelada
Ainda sim, as lágrimas não podiam cair
A ficha não parecia cair
Meu corpo, lentamente, tendia a cair
Eu desfocava pra não ouvi-la dizer
Que foi escolha estar comigo
Que era pra valer
Que não queria me perder
Como foi mesmo que me encontrou?
Como pode me encontrar antes de mim?
E me amar melhor que eu mesma,
Eu que fumo um cigarro, bato o carro e espero que você veja
Que eu não posso te ver eterna sob a mira desses dois olhos frios
Sua atenção que é tão minha
Minha atenção que não consegue ser tão sua
Nem tão pouco preencher seus vazios
Eu cobro de ti minha própria falta de ação
Eu me perco outra vez em seu colchão
Enquanto você me encontra diariamente
Dentro desses olhos que desviam
Dentro de uma mente doente
Dentro de um coração que se quebra
Quando nada parece suficiente
E eu sei que esse erro não poderei corrigir
Você na minha frente e eu deixando partir
Eu pedindo pra ir
Pra sair o amor da minha vida
Porque já não sei mais mentir
Porque eu não aprendi a amar
Não aprendi a me amar
Quem sabe eu possa seguir o mar
Como soldadinhos em fila
Entrando e saindo de amores
Eu posso seguir a correnteza
Você acredita mesmo nisso, em sua mente Daiane?
Ela bate a porta. Nenhuma música na cabeça.