TOCAIA
Chega esta coisa viscosa,
desce sobre mim,
vez por outra me envolve;
arrefece-me o ânimo, poda-me,
gruda-se ao meu corpo como pele áspera.
É traiçoeira, sinistra, funesta;
põe-se de tocaia, à espreita, fragiliza-me;
ao menor descuido ataca e vence,
Traz com ela uma lassidão,
um desalento intenso, uma frouxidão,
uma ausência de desejo de vida, um tormento.
Toma conta da nuca,
apaga a luz dos olhos,
debilita as pernas,
tensiona as mãos.
Não sei de doença mais sem jeito
do que a tristeza...
Chega esta coisa viscosa,
desce sobre mim,
vez por outra me envolve;
arrefece-me o ânimo, poda-me,
gruda-se ao meu corpo como pele áspera.
É traiçoeira, sinistra, funesta;
põe-se de tocaia, à espreita, fragiliza-me;
ao menor descuido ataca e vence,
Traz com ela uma lassidão,
um desalento intenso, uma frouxidão,
uma ausência de desejo de vida, um tormento.
Toma conta da nuca,
apaga a luz dos olhos,
debilita as pernas,
tensiona as mãos.
Não sei de doença mais sem jeito
do que a tristeza...