FORA DE LUGAR
Quantas vezes hei de ouvir esse refrão
repetido em voz aguda e peculiar?
Desacreditar de tudo que plantei,
toda vez que a melodia ecoar?
Dessa vez não foi mais duro do que é,
sempre é duro receber essa missão
de reinventar-se à custa de um sofrer;
de reanimar-se em busca de um timão.
Navegar as mesmas águas que passei,
traz as dores que também já vi passar.
Quantas vezes eu já desacreditei?
Quantas vezes hei de desacreditar?
Mesma prosa, mesma rosa sem rubor,
mesma cena, mesmo esquema de humilhar;
minha face cora, implora sem pudor,
meu sorriso chora fora de lugar.