Velho cemitério abandonado
Velhas campas debruçadas
À beirada do caminho,
São monjas velando a morte
Nos restos de infelizes.
Tosco muro, outrora branco
De verde musgo se veste
E nas trincas da cal se mostram
Dos tempos as cicatrizes.
Velha árvore ali nascida
Enredada em ervas bravas
Sugando dos descompostos
A vida, a seiva, os matizes
É o refúgio das corujas
De cascavéis e corais
Da lebre e da rolinha
E desgarradas perdizes.
Conta uma lenda do agreste
que os corpos que ali repousam,
todos morreram em violência.
Quem ceifou suas raízes?
Ou morreram a ferro branco
ou a balaços caíram
E outros três, sem cabeças
acharam-nos dentro do rio.
São ao todo sete tumbas,
sete jazigos sem cruzes,
caídos no esquecimento
Motivos? Quem conta é a lenda:
Amores de uma donzela,
que era pura e era bela
e teria um pai insano
ciumento avaro e louco
e um meio-irmão tardo e bronco.
Mas o certo ninguém sabe
O porquê daquelas campas
e o porquê deste abandono.
E o tempo destrói aos poucos,
As tumbas, a lenda e os sonhos.
Velhas campas debruçadas
À beirada do caminho,
São monjas velando a morte
Nos restos de infelizes.
Tosco muro, outrora branco
De verde musgo se veste
E nas trincas da cal se mostram
Dos tempos as cicatrizes.
Velha árvore ali nascida
Enredada em ervas bravas
Sugando dos descompostos
A vida, a seiva, os matizes
É o refúgio das corujas
De cascavéis e corais
Da lebre e da rolinha
E desgarradas perdizes.
Conta uma lenda do agreste
que os corpos que ali repousam,
todos morreram em violência.
Quem ceifou suas raízes?
Ou morreram a ferro branco
ou a balaços caíram
E outros três, sem cabeças
acharam-nos dentro do rio.
São ao todo sete tumbas,
sete jazigos sem cruzes,
caídos no esquecimento
Motivos? Quem conta é a lenda:
Amores de uma donzela,
que era pura e era bela
e teria um pai insano
ciumento avaro e louco
e um meio-irmão tardo e bronco.
Mas o certo ninguém sabe
O porquê daquelas campas
e o porquê deste abandono.
E o tempo destrói aos poucos,
As tumbas, a lenda e os sonhos.