Poema que poderia ter sido uma flor
não se fecha janela ao sol
quando este dá vida aos recônditos
impedidos de irem
ao encontro da luz
abandonos de parapeitos
entristecem flores
e entregam solidão
às colinas
teus versos ainda mastigo
mesmo que a vitamina
esteja com a validade vencida
tortuejando vigor; linha à linha
quando minha boca quer no palato
(saborear)
púberes palavras tuas
num beijo alastrado de poesia.
fome que aperreia e cava
o peito
desviando hidrografia
para túmulos abertos nas mãos
mas,
no fio de força que me resta
pergunto-te
carecias ser folha em branco
só pra ver meus olhos em pranto?