A NOITE SILENCIOSA
E passara o tempo, como sempre, ele passara
E o silêncio engolia a noite fria
Fria, como sempre fora, engolida ali ficara
E da escuridão nada se ouvia
O tempo gargalhava do poeta calado
Então da ponta da caneta surgiu o mundo ideal
Frio, como sempre fora, irado ele ficara
Pois naquele mundo reinava o silêncio total
A solidão convidou a tristeza, como sempre convidara
E juntas observavam os delírios do protagonista
No mundo incolor o inaudível clamava
Sozinho, sem mais tempo clamava, pessimista
E da perversa escuridão nascia o medo debochado
E eis que todos riram sem cessar
Divertiram-se, caçoando do poeta irado
Medo, escuridão, tristeza, silêncio e o tempo sem parar.
E então ele chorou, abraçando o invisível.
Triste como sempre fora, pra sempre ele chorou
Ninguém foi capaz de ouvir o inaudível
Até o momento em que esse mundo ele abandonou.
(Guilherme Henrique)>> No anseio da madruga. insônia,minha amiga...