Represa

Já há muito que desejo chorar

Entretanto não consigo.

Como rio frente a barragem, forço

Mas estou represado.

E dessa represa que sou gero força, energia.

A cada pulsar do coração, gero em vão raiva e ódio

Destinados a ninguém, direcionados a nada

Energia armazenada, estocada

Aguardando a fagulha que a fará explodir num colo inocente.

Não há um motivo para essa barreira me impedir

Não ha porquê dela não me deixar escoar essa dor

Mas, aquilo que é, acaba o sendo sem porquês

Espero que um dia esse grande lago de dor

Trasponha a barreira e revele o que sempre foi

Um córrego árido

Incapaz de inundar os campos de alegria que existem além dessa minha prisão.

Sarah Magno
Enviado por Sarah Magno em 24/01/2018
Código do texto: T6234647
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.