O FIM DO SHOW DE MARIONETES

Puxei a corda e sincronizei os movimentos

As linhas agora controlam meus momentos

A amnésia é lembrada pela confusão

A marionete então conversou com a multidão

Os rostos sem olhos que buscam redenção

Escutavam o show dos bonecos com atenção

Acenei para o auditório lotado

O espetáculo acabou quando fui vaiado

Não falo, apenas encaro a dura realidade.

O universo então se encarrega da maldade

Entreguei-me por um simples momento

Sou o mestre das cordas e apenas lamento

Não busquei nas pessoas a mudança

A marionete agora faz sua última dança

O preço dos ingressos é a minha vergonha

Chorei perante aquelas pessoas estranhas

Estou cercado de julgamentos e sofro pressão

O sarcasmo das marionetes é a minha profissão

As respostas que eu queria estão fora do meu alcance

Não ouço palmas, mas vejo os vultos de relance.

Recolho as cordas e corro para o desdém

Em minha saída aceno novamente para ninguém...

(Guilherme Henrique)

PássaroAzul
Enviado por PássaroAzul em 23/01/2018
Código do texto: T6234216
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