O FIM DO SHOW DE MARIONETES
Puxei a corda e sincronizei os movimentos
As linhas agora controlam meus momentos
A amnésia é lembrada pela confusão
A marionete então conversou com a multidão
Os rostos sem olhos que buscam redenção
Escutavam o show dos bonecos com atenção
Acenei para o auditório lotado
O espetáculo acabou quando fui vaiado
Não falo, apenas encaro a dura realidade.
O universo então se encarrega da maldade
Entreguei-me por um simples momento
Sou o mestre das cordas e apenas lamento
Não busquei nas pessoas a mudança
A marionete agora faz sua última dança
O preço dos ingressos é a minha vergonha
Chorei perante aquelas pessoas estranhas
Estou cercado de julgamentos e sofro pressão
O sarcasmo das marionetes é a minha profissão
As respostas que eu queria estão fora do meu alcance
Não ouço palmas, mas vejo os vultos de relance.
Recolho as cordas e corro para o desdém
Em minha saída aceno novamente para ninguém...
(Guilherme Henrique)