Saudade

Quem és tu oh saudade,
parceira das lembranças
que afagas teu capricho e me arruína?

Fustiga-me sem compaixão, usando das lembranças,
deixando-me afogado prisioneiro do desalento.

Vai-se o dia, entra outro e me persegues.
Até quando oh Divino, até quando?

Sorrateira as lembranças atacam primeiro preparando a deixa
pra ela, a saudade desfrutar de seu delírio.

Sozinho nesta agonia no meu quarto atros,
fez a saudade minha sela solitária.
Olho ao lado, travesseiro vazio,
...mas a maldita saudade ali ao lado.

Um ano passa, mas te vejo nos cantos todos,
no canteiro da estrada, na penumbra vaga,
crepúsculo da tarde, sol se vai.

Tento ficar mudo mas não consigo,
resolveu o Criador me calar,
Ouviu ele o meu clamor, bem sei, mas não me atendeu.
Se me atendesse, por certo estarias aqui agora...

No lugar desta saudade, parceira das lembranças.


29/10/2017

 

Luiz alma de poeta
Enviado por Luiz alma de poeta em 17/01/2018
Reeditado em 18/08/2022
Código do texto: T6228211
Classificação de conteúdo: seguro