Nuvens de Chuva
Até minhas músicas favoritas parecem altas demais agora
Minha mente está gritando comigo
Por todas as coisas que fiz de errado
No passado próximo e no longínquo
Sinto como se ninguém me amasse.
Provavelmente um reflexo do quanto (não) consigo me amar agora
O rosto confuso que me olha de volta consegue rachar qualquer espelho
E as razões para levantar parecem cada vez mais escassas quando nada acontece
O céu chorou a semana inteira
E fiz dele o culpado pela minha tristeza
Mas agora os portões cinzas se abriram numa imensidão azul
E eu continuo trancada dentro de minha próprias nuvens
Chovendo
Trovejando
Mas sem inundar nada além de mim mesma
Não posso me dar qualquer consolo
Afogar-me em ficção ou álcool não vai funcionar dessa vez
(Acredite, não é como se eu não tivesse tentado)
E me sinto boba demais em incomodar alguém
Com algo que não sei explicar nem para mim mesma
Meus sonhos não sumiram
Eles estão aqui, escondidos em algum lugar
Embaixo da trovejante voz da autocrítica
Eles estão aqui, fingindo que um dia vão me tirar da inércia
Fingindo que não é tarde demais
Eu fiz todas as coisas certas nos momentos errados
E agora é tarde para aprender as coisas que pensei que nunca iria usar
Já me desiludi o suficiente com a vida
Para sonhar com um amor adolescente e um emprego perfeito
Aprendi a pagar contas antes de aprender a sorrir
Aprendi a derrotar inimigos antes de aprender a fazer amigos
Aprendi a desviar os olhos e manipular antes de aprender a trocar olhares
E sou muito boa em tudo o que aprendi
Mas tudo o que aprendi não me faz boa
Estou presa dentro de minhas nuvens
E estou chovendo, chovendo, chovendo
Quando tudo o que eu queria ser era um raio de sol
E um pedacinho de céu azul