Se eu moresse amanhã
Se eu morresse amanhã
Muita tristeza haveria
No afã da não companhia
Porém, somente ao passo
Mas passaria, sim
Sem que dessem por isso
Ou se contentassem a largo
Nada de perpetuo, a não ser o epitáfio
Sucumbe ao ciclo da vida
Foi-se como tudo se há de ir
Misturar-se ao barro da origem
Do Tártaro nascemos,
Para lá, a consequência do retorno
Nem mesmo o ocaso do choro
A quimera saudosa de quem ama
Não, não hão de juntar-se a lama
Que vela sobre o corpo morto
Se eu morresse amanhã
Seria como qualquer dia...
Até o sol mesmo há de nascer...
Se eu morresse amanhã...